Contabilidade Cordeiro


Pesquisa aponta que carreira e salário são maiores frustrações de quem se demite

  • 19/04/2021

     


     

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    A última edição da pesquisa FIA Employee Experience (FEEx) apontou que a falta de apoio no desenvolvimento da carreira e uma remuneração (em dinheiro ou não) vista como injusta são as principais frustrações dos profissionais que deixam ou querem deixar logo seu emprego. 

    Os funcionários que responderam a pesquisa no ano passado, realizada no segundo semestre, foram questionados se tinham intenção de permanecer na atual empresa ou sair. As respostas possíveis seguiam uma gradação que ia de "estou procurando outro emprego neste momento" a "pretendo me aposentar nesta empresa". 

    No grupo das 100 empresas mais bem colocadas no ranking da pesquisa, essa resposta foi cruzada com as demais questões da pesquisa - sobre oportunidades de carreira, ambiente corporativo, qualidade de vida, diversidade, recompensa, entre outros temas.

    O resultado mostrou que a maior diferença entre a percepção dos trabalhadores que querem ficar mais tempo na companhia e os que já estão vislumbrando sua saída se deu nos tópicos relacionados aos critérios para promoção e reconhecimento e valorização do trabalho. Ou seja, o profissional que pretende continuar na empresa avalia muito melhor as perspectivas de crescimento na carreira e a remuneração proporcionada pelo empregador do que quem quer se demitir. 

    Entre as 100 melhores, o resultado foi:

    • 39,3% dos colaboradores disseram que gostariam de se aposentar naquela organização; 
    • 12%, que querem ficar mais de dez anos na empresa; 
    • 13,2%, que pretendem ficar de cinco a dez anos; 
    • 9,5%, de três a cinco anos; 
    • 9,3%, entre um e três anos; 
    • 2,6%, por menos de um ano; 
    • 1,4% estão procurando um novo emprego;
    • 12,7% dos questionários não responderam.

    "Não quer dizer que o plano de carreira e a remuneração oferecida pela organização são ruins, afinal, só foram consideradas nesse recorte da pesquisa as respostas dos funcionários das mais bem classificadas. O colaborador que já tem um pé para fora da porta não está ajustado à cultura, então acha que não é nessa organização que vai ser reconhecido e poderá crescer", dia Lina Nakata, professora da FIA. "Esses pontos o desanimam.".

    Políticas empresariais de valorização

    O resultado dessa pesquisa pode levar as empresas a refletir sobre as suas políticas. Para uma organização, é vantajoso manter os funcionários por mais tempo porque trocar traz custos com o processo de busca e contratação. 

    Além disso, todo novo colaborador tem uma curva de aprendizagem. Leva um certo tempo até que entenda bem o que a empresa faz, qual é a sua missão, como funcionam os produtos. A alta rotatividade é um sinal de que a organização não é eficiente.

    No entanto, muitas companhias deixam de enxergar o valor dos profissionais mais experientes nos seus quadros. Antigamente, a relação entre anos de dedicação a uma companhia e salário era bem maior do que agora. Hoje, o colaborador pode receber aumentos no decorrer da carreira por outros motivos que não o tempo de casa, e a longevidade no trabalho é subvalorizada. (Esse tempo varia de acordo com os ciclos de projeto da empresa, pode ser cinco anos numa companhia de tecnologia ou dez anos numa indústria pesada, por exemplo).

    "O profissional tem uma bagagem, um histórico que muitas vezes não é remunerado adequadamente e a companhia só percebe quando o funcionário sai. Aí tenta segurar, mas não é uma boa ideia. A relação já está prejudicada", diz Nakata. "É importante para as empresas detectar os sinais de que um funcionário pode sair, como quando quer negociar um aumento.".

    Por outro lado, segundo a professora, os trabalhadores têm a percepção equivocada de que vão ganhar mais se ficar trocando de emprego. Na verdade, as pesquisas indicam que o profissional que permanece por mais tempo em um emprego tem remuneração maior. 

    Os mais jovens costumam valorizar o networking das experiências diferentes, mas também não colocam na conta a curva de aprendizagem e os riscos dessa estratégia.

     

    Fonte: com informações Uol


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